O QUE SE ESPERA DE ADOLESCENTES NA ESCOLA?

Precisamos tratar nossos adolescentes como adolescentes e não como crianças. Podemos amá-los como os amávamos quando eram crianças, mas não podemos infantilizar sua inteligência. Se não for assim, devemos nos calar diante de tudo o que acontece e nos aborrece.
A natureza os trata como adolescentes, dá a eles hormônios que os modificam e os obriga a amadurecer. Dá espermetazóides e óvulos que os transformam biologicamente em homens e mulheres. E nós, na escola, o que fazemos? O que fazemos com sua inteligência? A escola trata-os como crianças e e não quer que eles ajam como tal (Será?).
Mas eles não são mais crianças e se comportarão como quem está se transformando. O corpo está ficando maduro, cada dia mais e mais. E a mente? Ainda infantilizada. A quem serve isso? Ande pela rua e veja: há um grande número de pessoas imaturas desfilando pela cidade, sem compromisso com o que é público, sem responsabilidade com o que é do outro. Ligue a televisão: a cena repete, o grosso dos que frequentam essa tela da mesma forma se comportam.
Falo da escola pública, falo das pessoas que compõem a maioria, os que andam de trem, falo dos que inacreditavelmente me interessam.
Minha opção por uma escola que preze a inteligência não é uma apologia à razão desvinculada da emoção. Não. Não é isso. Meu cuidado é com a sanidade mental do povo ao qual faço parte e com a clareza de idéias que poderia modificar o quadro político deste país.
Quando vemos o número de adolescentes grávidas aumentando cada vez mais, estamos assistindo à natureza fazer a sua parte. E a nossa (pais e educadores) quem faz?
Quando vemos vários alunos agitados numa sala, gritando e sem atenção à aula, assistimos à natureza agir com seus hormônios. E nós? Que ação praticamos para exigir educação e maturidade?
Onde está o equivalente à natureza? Está lá no cérebro, mas não é estimulado. Por quê? Porque os tratamos como criancinhas, usamos para educá-los modelos ridículos e ultrapassados de moral que quase ninguém demonstra na vida real.
É um teatro essa nossa sociedade. E esses adolescentes já possuem um mínimo de inteligência para entender isso. Mas são abortados intelectualmente porque precisam acreditar que o Estado ou suas famílias lhes protegerão para toda a vida. E o que acontece? Vem a escola reforçar essa idéia tratando-os como crianças.
Preocupo-me muito com os adolescentes na escola pública. Na maioria das vezes são vítimas. Não existe uma escola preparada para eles. O ensino e os projetos pedagógicos são, em sua maioria, preocupados em distrair esse jovem, tirá-lo da realidade. Realidade imposta pelo descaso público e pela sociedade.
Está na moda uma pedagogia do lúdico, do "professor palhaço", que é usada de forma covarde contra o aluno e contra o professor. Todos sabem que um estudo eficaz e produtivo requer empenho e concentração. Seriedade seria uma palavra melhor, mas não quero passar por um sisudo desavisado. Não sou. E não sou também tão motivado por fórmulas mágicas. É preciso ler e estudar. No fundo é isso que forma a inteligência. Há muito espaço para brincar na rua. O estudo pode ser divertido, mas não é uma brincadeira. Carece de empenho. E um dia a sociedade cobrará isso desses jovens.
Continuarei!

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