O QUE É CERTO? O QUE É ERRADO?

Não existe certo ou errado. Nós é que construímos as razões do fazer isso ou aquilo.
A idéia de certo e errado é uma organização coletiva. Esse "certo e errado" pode também estar certo ou errado se o compararmos a outros princípios e necessidades.

A dialética se faz necessária. Para que haja o bem estar da comunidade devemos considerar as individualidades. O indivíduo, por sua vez, necessita estar bem integrado ao grupo social para que possa respeitar este e colaborar na sua manutenção.

As complexidades da sociedade não são maiores (e por isso mais importantes) que os dilemas individuais. O problema não é quantitativo, mas de intensidade quando discutimos questões humanas de convívio.

O convívio social e o viver de cada indivíduo são marcados pelas relações e o modo como cada um reage aos desafios da vida.

Uma sociedade saudável precisa de indivíduos saudáveis. Um indivíduo saudável precisa de uma sociedade que o incorpore, que não o marginalize, que entenda suas angústias e o coloque como ser criativo dentro do meio social, um colaborador da vida.

A sociedade precisa se organizar. É um moto-contínuo. Claro que não é perfeito esse círculo onde tudo isso gira. Provavelmente nunca será.

As leis e os costumes da cultura procuram organizar o meio social pela igualdade e pelo que as pessoas têm em comum. Mas a tensão do convívio está na diferença. Essa é uma das poucas verdades que podemos atestar: a diferença é uma grande marca humana. Veja bem, a diferença, não o que é contrário.

A dialética é possível quando orientada pelas diferenças. Repito: Não somos contrários, somos diferentes. Não precisamos ser contra, mas podemos ser contra porque somos diferentes.

Ser diferente é um olhar sobre a vida. Ser simplesmente contra é estar cego para o que vive.

Ser intencionalmente contra precisa de indignação. Para se indignar é necessário considerar o todo, o meio, o grupo. Quem se encontra indignado preza pelo grupo. Ou porque o grupo sofre, ou alguém do grupo sofre, ou o próprio indivíduo sofre como membro desse grupo.

Nesse contexto, certo e errado ganham dimensões mais profundas. Não é só ter ou não ter razão, estar ou não enquadrado numa lei. Quando as diferenças entre humanos são consideradas, palavras como certo e errado podem ser desconsideradas. No lugar delas cabe a dialética, cabem os argumentos que sustentam a vida e os que dela cuidam.

Continuarei!

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