ALGUMA COISA PARA FALAR SOBRE A MORTE?

Hoje, 26 de agosto de 2010, foi o enterro da minha mãe. A cada dia estou mais firme nas coisas que penso. "É preciso prosseguir com a vida", todo mundo diz. Mas poucos fazem. Estou disposto a fazer, prossigo amando esta vida. Minha mãe, ao jeito dela, amava a vida. Superou inconsciente muitos dramas.

Estou tranquilo comigo. Estou passando por esta fase difícil da minha vida com calma e equilíbrio. Considero as adversidades, mas não me deixo vencer por elas. E tenho direito ao descanso. E tenho direito a ser quem sou.

Minha mãe sempre estará por aqui, sempre será lembrada. Tivemos boas histórias juntos, fomos amigos além de mãe e filho. Sempre haverá algo para falar sobre ela, sempre haverá um pouco da sua vida em nossas vidas (dos filhos).

Quero guardar uma boa lembrança (de tudo, um pouco). A vida não está só no corpo. A carne, no fim, serve aos vermes (Machado estava certo). Enquanto estamos vivos, a carne é ferramenta. A carne nos suporta, e digo, ela gosta. Quando morremos, a carne serve aos organismos da terra e do ar. E tudo que dissemos e fizemos (vivos) serve aos que ficam.

Eu fiquei aqui. Estou bem com isso. Minha mãe está na paz de quem não está aqui, de quem não precisa ser. E estar em paz, neste caso, é estar bem.

Estar bem e estar aqui, com a vida na sua mão, fazer dela poesia, escolha de beleza, opção de viver e deixar viver.

Continuarei...

Comentários

Postagens mais visitadas