O SOL, Arnaldo Antunes
Ontem estive no Sesi do Centro, aqui no Rio, para assistir ao show do Arnaldo Antunes. Eu, vindo de Santa Cruz (zona oeste daqui), quase duas horas de trem, consegui chegar em meio ao rush carioca. Todas as pessoas correndo para casa. Eu caminhando, com a certeza de chegar, para o teatro e ouvir a poesia do Arnaldo. Deu tempo de comer um pastel e tomar uma Coca.
No último sábado, assisti a outro show dele, no mesmo formato, dessa vez no Sesi de Duque de Caxias (município vizinho). Lá fui eu, sozinho. É sempre bom ir para um lugar diferente, mesmo sendo próximo. O Sesi de Caxias fica numa rua escondida do bairro 25 de Agosto. Isso deu ao show um jeito legal de aventura. Caminhei e achei. Nossa!... Como eu gosto de caminhar.
O show de Caxias foi mágico. Não sei se pelo lugar ou porque foi o primeiro que assisti. O teatro é menor e ficou aconchegante, o som de primeira. As pessoas, com menos pompa, estavam mais envolvidas. Era uma apresentação diferente.
O Arnaldo Antunes é um artista diferente. É um alívio para quem está cansado da caretice carioca de mexer a bundinha. Gosto muito de ver uma bundinha mexendo, na verdade, gosto mesmo é de ver um bundão mexendo. O problema é que tem muito "bundão" fazendo música aqui no Rio.
A música dele fica contagiante mesmo em dois violões, que o acompanhavam, por sinal excelentes (Chico Salém e Betão Aguiar). A poesia circulava as pessoas no teatro. Nas duas apresentações, percebia-se a concentração do público em ouvir as canções como se lessem um livro.
Eu, encantado há muito tempo por versos, destaco a letra de O SOL. Nessa canção, que tem um lindo instrumental, notei que o público, nos dois ambientes, respondeu com a mesma satisfação. Estávamos todos gratos por receber o respeito, a poesia e a inteligência de um artista brasileiro decente.
A letra de O SOL encanta enquanto Arnaldo Antunes canta.
"Nessa época o sol é mais frio
porque ele se divide em mil
mas para lá de janeiro
ele volta a ficar inteiro
Agora o sol parece uma laranja madura
porque ele está sem pintura
mas quando entra março
parece a cara de um palhaço
Tem dias que o sol vai embora
tem noites que não tem aurora
às vezes ele fica no Japão
e só volta quando chega o verão
Agora que sol está bravo
parece uma moeda de um centavo
mas quando se alegra, o sol
fica maior que uma bola de futebol
O sol está brilhando muito claro
porque hoje é seu aniversário
nesses dias ele quase cega
e quem é cego quase enxerga
O sol está sempre ali no céu
a Terra é que faz o carrossel
de noite o sol apaga a sua chama
e dorme debaixo da minha cama"
No último sábado, assisti a outro show dele, no mesmo formato, dessa vez no Sesi de Duque de Caxias (município vizinho). Lá fui eu, sozinho. É sempre bom ir para um lugar diferente, mesmo sendo próximo. O Sesi de Caxias fica numa rua escondida do bairro 25 de Agosto. Isso deu ao show um jeito legal de aventura. Caminhei e achei. Nossa!... Como eu gosto de caminhar.
O show de Caxias foi mágico. Não sei se pelo lugar ou porque foi o primeiro que assisti. O teatro é menor e ficou aconchegante, o som de primeira. As pessoas, com menos pompa, estavam mais envolvidas. Era uma apresentação diferente.
O Arnaldo Antunes é um artista diferente. É um alívio para quem está cansado da caretice carioca de mexer a bundinha. Gosto muito de ver uma bundinha mexendo, na verdade, gosto mesmo é de ver um bundão mexendo. O problema é que tem muito "bundão" fazendo música aqui no Rio.
A música dele fica contagiante mesmo em dois violões, que o acompanhavam, por sinal excelentes (Chico Salém e Betão Aguiar). A poesia circulava as pessoas no teatro. Nas duas apresentações, percebia-se a concentração do público em ouvir as canções como se lessem um livro.
Eu, encantado há muito tempo por versos, destaco a letra de O SOL. Nessa canção, que tem um lindo instrumental, notei que o público, nos dois ambientes, respondeu com a mesma satisfação. Estávamos todos gratos por receber o respeito, a poesia e a inteligência de um artista brasileiro decente.
A letra de O SOL encanta enquanto Arnaldo Antunes canta.
"Nessa época o sol é mais frio
porque ele se divide em mil
mas para lá de janeiro
ele volta a ficar inteiro
Agora o sol parece uma laranja madura
porque ele está sem pintura
mas quando entra março
parece a cara de um palhaço
Tem dias que o sol vai embora
tem noites que não tem aurora
às vezes ele fica no Japão
e só volta quando chega o verão
Agora que sol está bravo
parece uma moeda de um centavo
mas quando se alegra, o sol
fica maior que uma bola de futebol
O sol está brilhando muito claro
porque hoje é seu aniversário
nesses dias ele quase cega
e quem é cego quase enxerga
O sol está sempre ali no céu
a Terra é que faz o carrossel
de noite o sol apaga a sua chama
e dorme debaixo da minha cama"
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