ESSA SENHORA QUE HABITA A MADRUGADA (2008)

meia-noite, a lua assiste ela alisar as plantas e molhar o chão com água da chuva que recolheu num balde. seu mundo é repleto daquela alegria solitária, dessas coisas que muitos querem esquecer.

as horas correm sempre na mesma direção, deixam para trás as pequenezas, os delizes, futuros totens da memória. a noite passa a ser inteira porque fez de tudo negrume. sua delicadeza já se misturou à umidade.

ouça essa canção que é só silêncio. são janelas que a esperam, ruídos no espaço, permissão para não voltar. 

essa senhora que habita a madrugada, amiga dos bichos, imaginação incontinente. busca as coisas em abandono - o direito à liberdade, morar em paz sob o sol.

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