DEVIDO A POLÊMICA NO CONGRESSO ESTA SEMANA, ACHEI OPORTUNO REPETIR UM TEXTO DE 22 DE OUTUBRO DE 2010: O CÉU TEM LIMITE?

Minha religião é a poesia. O Deus que eu acredito deve gostar do que é belo. Não foi ele quem fez as estrelas? Pois bem, não precisa de velas.

Essa história de Bem e Mal ainda infantiliza a muitos. Quanta história para explicar o que sentem ou não entendem. Quanto sacrifício, quanto discurso para justificarem suas crenças. E o mundo real, o aqui e agora, abandonado aos ratos da política e aos gananciosos oportunistas.

Quanta fé, quanta magia, e ninguém para falar de educação, não jogar papel no chão, não gritar desnecessariamente, não corromper.

Outros mundos são criados depois da morte, isso autoriza o descaso com esse que vivemos. Aqui pode tudo, ninguém quer se meter, dá-se um jeito depois; é só rezar, pedir, prometer, agradecer, bajular deuses e santos... e pronto, tudo resolvido.

Religião parece um produto, tem para todo gosto. Você se encaixa ou não. Pode migrar dessa para aquela e se você tem estômago fica tudo bem. (Vivemos uma democracia, não é mesmo!)

Minha crítica não é de um descrente em Deus, é de um cara que está de saco cheio de hipocrisia, de gente fria e egoísta que está vendo o mundo se foder sem fazer nada para melhorar. Cadê os santos? O que se vê são psicólogos do Paraíso e supersticiosos picaretas.

O culpado de todo o mal sobre a Terra (para os cretinos) é sempre quem preza pela vida, quem se expressa sem demagogia.

Por que esse ataque a religião? Porque é a religião que diz mexer com o espírito humano. Para pessoas que se dizem tão íntimas do sagrado, está tudo muito parado. É muita conformação. Só vejo picuinha, soluções para o ego, devaneios espiritualistas, fofoca metafísica e distorção do amor.

Superstição e medo:
- muito usados pelas religiões
- cala o indivíduo
- torna a vida tacanha, pequena
- serve a manipuladores e oportunistas (estes são sempre detentores do poder mágico) que criam regras "espirituais" onde, com o tempo, os indivíduos sentem-se seguros (se não desafiarem esse "poder").

O Deus que acredito deve gostar de ouvir música e das maravilhas feitas com mãos humanas. Ele toca meu coração com a sinceridade de uma criança. O Deus que eu acredito se importa, mas ele é um mistério. É como a palavra, tem força dentro de mim. Não tenho certezas para dar, não tenho autorização para falar em seu nome. Aprendo com o que vejo e sinto o que é mais profundo.

Minha fé:
- Que o belo remete a esse poder divino.
- Que esse belo não seja pobre, santo, perfeito, mas que seja rico de significados, que faça o espírito ter paz e deixe os outros em paz.
- Que devemos viver, valorizar as atitudes positivas, reconhecer no outro, ao mesmo tempo, um problema e uma solução.
- Que a Cultura, por mais complexa que seja, foi uma solução inteligente da humanidade para sobreviver a barbárie. Ser civilizado é tolerar, mas exigir respeito para não virar bagunça. (Por favor, sem preconceito)
- Que a criança seja a mais relevante riqueza da raça humana, os que creem nesse projeto devem fazer de tudo para que elas sejam respeitadas. Devemos protegê-las da falsa moral, dos abusos mercadológicos e de direitos oportunistas.

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