Andei pensando sobre os atos de protesto que acabam em tumulto e quebra-quebra.

Andei pensando sobre os atos de protesto que acabam em tumulto e quebra-quebra. A mídia e o governo chamam esses atos de vandalismo. Mas pensemos um pouco. Será que alguém que quer somente vandalizar, iria marcar dia e hora na Internet para que todos saibam, inclusive a polícia? Será que o simples vândalo, não teria medo de ser pego ou sofrer as consequências da lei.

O que vemos nesses dias de luta no Rio e em São Paulo, não parece vandalismo, parece protesto mesmo. Um protesto precisa de público, precisa de notícia, de imagens nos jornais do mundo todo. Todos sabemos que ao cometer um crime, ninguém chama a imprensa para ver, nem conta com a polícia para prendê-lo no local do crime, criando um flagrante. Vândalos fazem na calada da noite, sem ninguém para ver. Roubam ou destroem na covardia, sem confronto.

Criminalizar esses atos é uma forma simplista de resolver o problema. O dever de toda autoridade pública é ouvir as vozes que vêm da rua. Chamá-las para conversar e tentar resolver a situação de forma democrática. Se alguém (e não são poucos) põe uma máscara e encara a polícia de frente, sem medo, para expressar suas ideias, definitivamente, não é um criminoso. Criminosos, aqui no Brasil, conhecemos bem, gostam de se esconder atrás de instituições consideradas sérias ou vivem em guetos onde são idolatrados.

Também seria ingenuidade chamar esses manifestantes de ladrões. Quem conhece o Centro da Cidade, do Rio e de São Paulo, sabe que não faltam lojas comerciais vulneráveis a esses tipos de bandidos. Seria muito mais fácil aproveitar a distração da polícia com as passeatas e roubar lojas afastadas das ruas centrais. Onde roubariam tranquilamente.

Então, minha gente, o que percebo é um esforço fora do comum, da imprensa e do governo, em criminalizar atos e protestos legítimos. Atos esses fundamentados no cansaço que toda população brasileira sente com relação à corrupção e aos desmandos de autoridades públicas e aos lucros abusivos das organizações privadas.

Acredito que há pessoas infiltradas nesses grupos para realmente praticar um crime muito comum no Brasil: a falta de consciência política, o entreguismo e o oportunismo. Incriminando manifestantes legítimos de causas populares.

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