Água é áua.
Pão é pampão.
Pum é pumpum.
Bunda é bumba.
Cachorro é chouo.
Cocô é totô.
Xixi é sisi, ou algo parecido.
Papá, acreditem, é papá mesmo.
Rua é ua.
Dá licença é cença.
Cuidado é udado.
Avião é ooommm.
Carro é brummm.
Bola é boa.
Ir embora é umbora.
Chuva é uuva.
Pula é pupula.
Quando mamãe morde com força, corre pro papai e diz: dodó (pra eu beijar onde tá doendo).
As vogais, ela conhece duas: á / ô. É assim que ela faz quando lê um livro.
Os palhaços Patati e Patatá são Tati e Tatá.
O desenho Pocoyo, que ela adora, é oioiô.
O pato é tato.
Quando ela passa em frente a Pizzaria, fala itsa.
Quando paro no ponto do ônibus, ela levanta o dedinho e fala tátsi (É chique).
E assim ela vai crescendo, no meio de tanto amor... Desenvolve suas
palavras na calma que a vida de uma criança merece... Agora não sou mais
mamãe (é como ela me chamava até o mês passado), já me chama de papai, e
certinho, perfeito, talvez seja a palavra que ela melhor pronuncia.
Demorou, mas valeu à pena esperar: fica linda essa palavra na boquinha
dela. "Papaaai"... quando quer me conquistar. Mal sabe ela que já sou
totalmente apaixonado. Mas demoro a responder para ouvir 3, 4, 5 vezes.
Então, respondo: "Oi, meu amor?" Ela ri e abre os braços para eu pegar
no colo. Por isso, estou me tornando um professor de português melhor,
estou aprendendo uma linguagem nova: a linguagem do amor mais puro que
alguém pode receber.
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