QUANDO É PARA "ELES", PODE.

Quem lembra do "Veta, Dilma" em 26-11-2012? Campanha e Ato patrocinados pelo Governo do Estado do Rio e com apoio da Prefeitura do Rio para conquistar os royalties do petróleo. lembro que nesse dia não trabalhei porque a Prefeitura liberou as repartições públicas e escolas para tentar lotar a manifestação. Ônibus, barcas, trens e metrô gratuitos para levarem as pessoas de todo o Estado para o Centro do Rio. Lembro também da participação de vários atores globais nesse processo. Todos com interesses muito claros: autopromoção e aquela ajudinha na hora de produzir um filme ou uma peça de teatro com dinheiro público. Lembram dos cartazes? "Contra a injustiça, em defesa do Rio".

A manifestação seguiu da Candelária até a Cinelândia, onde teve show de vários cantores, funkeiros, pagodeiros, pastores e até Xuxa, meus amigos, apareceu. E a Dilma Rousseff, cinicamente fazendo cara de paisagem enquanto todos os "aliados" dela se movimentavam para pedir o seu veto.

O Governo do Estado e a televisão, na época, conseguiram tocar a manifestação e pôr 200 mil pessoas nas ruas do Centro. Foi numa segunda-feira, com a televisão anunciando a mudança no trânsito e teve muito tumulto e protestos contra o Governo Cabral. A polícia interferiu e agrediu manifestantes e indígenas.

Onde quero chegar, professores? Não estamos somente lutando contra políticos quando lutamos pelos nossos direitos... estamos, também, abandonados por uma sociedade alienada e preocupada com interesses particulares de grupos bem definidos: artistas que precisam do esquema Globo, policiais que se organizam em grupos para tirar o salário nas ruas e que não ganham do Estado, Vereadores que amarram tudo isso em leis, população carente que não cansa de posar de vítima para também levar um dinheiro social... e por aí vai.

Repararam que quando é para eles, pode. Cancelam aulas, param ruas, e quando foge aos interesses desses grupos, aí estamos criando problemas. Alguém pode se fazer de inocente e dizer que o petróleo é de interesse de todos e por isso as pessoas participaram. Mas, então, pergunto eu: E a Educação não é de interesse de todos? Por que nossas solicitações não foram ouvidas logo no início? Por que esses grupos que citei e que brigaram pelo petróleo, não brigam pela Educação?

Precisamos pensar seriamente nos rumos dessa greve... Não com medo, não é hora de sair dela. Nosso SIM pela continuidade da greve é um ato de bravura no meio de tanta incerteza. Admiro a todos os professores que estão firmes e seguem esse apelo do coração: Lutar por Educação!
Agora podemos dizer: Nossa luta não é só por salário!
Pensemos profundamente.

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